Desde que comecei a atuar com gestão de saúde ocupacional, vi inúmeras empresas tropeçarem justamente na hora de lidar com os riscos invisíveis do ambiente de trabalho. Ainda que silenciosos, estresse, sobrecarga e conflitos têm impacto gigante, e é aí que a NR-1 faz toda diferença.
O que são riscos psicossociais e por que se preocupar?
Quando se fala em riscos psicossociais, falo de tudo aquilo que envolve o lado humano no dia a dia do trabalho: as relações, as pressões, as mudanças rápidas. Segundo as normas e debates atuais, esses riscos abrangem:
- Estresse crônico ou circunstâncias estressantes recorrentes
- Assédio moral, sexual ou violência psicológica
- Excesso de demandas e volume de trabalho desmedido
- Dificuldade de comunicação ou conflitos recorrentes
- Falta de reconhecimento, isolamento ou relações deterioradas
No fim das contas, é isso que rouba o bem-estar de equipes e alimenta o ciclo de absenteísmo, rotatividade e adoecimento psicológico.
A saúde mental precisa de espaço no Programa de Gerenciamento de Riscos.
Por que mapear riscos conforme a NR-1
Com a atualização da Norma Regulamentadora 1, ficou claro: os riscos psicossociais estão no mesmo patamar dos riscos físicos, químicos e biológicos dentro do PGR (como exposto nesta análise completa sobre a nova NR-1). Mapear riscos NR1 de forma eficiente significa ir além do achismo e produzir diagnósticos reais do ambiente interno. Aliás, na Pesquisa NR1, faço questão de transformar esta teoria em informação visual e acionável para as empresas.
Nesse cenário, as organizações são pressionadas a identificar fatores que afetam a saúde mental e apresentar indicadores claros para órgãos como o eSocial. Não se trata só de cumprir regras, mas de agir estrategicamente para evitar prejuízos e litígios trabalhistas.
Principais fatores de risco psicossocial
Cada empresa tem sua cultura, mas há padrões que observo sempre que aplico diagnósticos como os da Pesquisa NR1. Veja o que costumo identificar:
- Estresse organizacional: Prazos excessivos, metas irreais e mudanças sem orientação adequada são comuns.
- Assédio e discriminação: Comentários inadequados ou gestão tóxica, mesmo que discretos, criam ambientes inseguros.
- Sobrecarga de trabalho: Demandas acima da capacidade ou horários abusivos ampliam o risco de burnout.
- Relações interpessoais frágeis: Falta de integração, isolamento social e conflitos mal-resolvidos são sinais de alerta.

Passo a passo para mapear riscos psicossociais conforme a NR-1
1. Coleta de dados interna
Começo buscando dados que a empresa já possui. Olho para relatórios de absenteísmo, afastamentos por transtornos mentais nos últimos anos, registros de reclamações internas e histórico de rotatividade por setor. Inclusive, alguns detalhamentos estão bem explicados em artigos fundamentados sobre adequação à NR-1.
2. Aplicação de pesquisas estruturadas
Depois, qualifico o diagnóstico ouvindo quem vive o ambiente todos os dias. Prefiro pesquisas anônimas e digitais, estruturadas em perguntas objetivas sobre:
- Pressão por resultados
- Sensação de sobrecarga
- Clima social e qualidade das relações
- Percepção de justiça, respeito e reconhecimento
- Experiências anteriores com assédio ou discriminação
No Pesquisa NR1, consegui sistematizar essa etapa para garantir sigilo e gerar uma amostra válida e imparcial.
3. Análise e cruzamento dos resultados
Com os dados em mãos, é hora de “enxergar o quadro todo”. Costumo usar dashboards visuais, assim como os disponíveis na minha plataforma, para destacar rapidamente os focos de risco crítico por setor, função ou nível hierárquico.
- Pontos com índice elevado de estresse ou reclamações recorrentes pedem análise prioritária.
- Áreas com baixos índices de integração sugerem necessidade de programas de apoio e integração.
- Combino os resultados internos com tendências do setor, muitas vezes discutidas em conteúdos como artigos sobre riscos psicossociais.
4. Elaboração de ações preventivas
Não basta relatar, é preciso transformar indicadores em ações. Em minha rotina, costumo indicar intervenções como:
- Capacitação de líderes para práticas saudáveis de gestão
- Canais anônimos de denúncia
- Revisão de metas e distribuição de tarefas
- Programas de escuta ativa
- Dinâmicas para fortalecer o respeito e diversidade
Essas medidas são melhor aceitas quando vêm acompanhadas de resultados e feedbacks objetivos do diagnóstico.
5. Integração com o PGR
O diagnóstico final vai para dentro do Programa de Gerenciamento de Riscos, como pede a NR-1. A documentação deve cobrir:
- Descrição detalhada dos perigos e fatores de risco identificados
- Critérios de avaliação e priorização
- Plano de ação preventivo, prazos e responsáveis
- Indicadores claros, fáceis de apresentar para auditoria e fiscalização (eSocial, MTE, etc.)
Sempre recomendo revisar esses documentos em parceria com o setor jurídico e de SST.

A importância da liderança e da cultura
Não existe plano infalível se os líderes não vestirem a camisa. Sempre destaco que gestores atentos, que estimulam o respeito e a escuta ativa, influenciam diretamente no nível de segurança psicológica da equipe.
O alinhamento cultural é essencial – ambientes tóxicos não desaparecem só com pesquisa. Por experiência própria, as mudanças mais profundas começam quando a direção se responsabiliza pelo exemplo e investe em diálogo e suporte real aos colaboradores.
Debates sobre cultura de prevenção e gestão de riscos aparecem com frequência em artigos sobre gestão de riscos e textos de saúde ocupacional. Aprofundar esse olhar faz toda diferença.
Monitoramento e ajustes contínuos
Uma vez implementadas as ações, enfatizo que o ciclo não termina ali. Sempre oriento meus clientes a:
- Reaplicar as pesquisas periodicamente para acompanhar evolução
- Revisar indicadores sempre que novos processos, equipes ou tecnologias forem introduzidos
- Corrigir o curso sempre que riscos emergirem em novos setores
- Documentar cada ajuste, mantendo o histórico atualizado e pronto para inspeções
Ferramentas digitais, como o que entrego em relatórios da Pesquisa NR1, tornam esse monitoramento mais ágil e visual.
Como apresentar indicadores para órgãos reguladores?
Uma dúvida frequente de quem precisa documentar o diagnóstico é: como tornar os indicadores claros para auditorias do eSocial?
Minha indicação é trabalhar com relatórios visuais e objetivos, apresentando:
- Gráficos com evolução dos índices de risco psicossocial por área e período
- Listas de medidas já implementadas e pendentes
- Descrição dos métodos e critérios de avaliação técnica aplicados
Esse tipo de relatório contribui para que a empresa mostre transparência e agilidade na resposta aos incidentes. Modelos práticos de indicadores também podem ser conferidos em exemplos de apresentação de resultados e modelos de relatório de mapeamento. Aliás, costumo sempre sugerir que as áreas de SST e RH mantenham tudo digitalizado e pronto para envio aos órgãos fiscais sempre que houver demanda.
Diagnóstico confiável é aquele que vira ação concreta.
Medidas práticas para fortalecer saúde mental e conformidade
Não faz sentido apontar problemas e deixar tudo na mesma. Por isso, tenho algumas ações que, na minha experiência, mostram resultado:
- Palestras frequentes sobre saúde mental e respeito no ambiente de trabalho
- Treinamento de liderança empática
- Rotinas institucionais de feedback
- Incentivo ao equilíbrio entre vida pessoal e trabalho
- Revisão periódica das cargas de trabalho e prazos
O caminho nem sempre é rápido, mas alguns ajustes de postura já mudam o ambiente quase de imediato.
Conclusão
No fim, mapear riscos NR1 na ótica psicossocial exige olhar atento, escuta ativa e ferramentas que transformem dados em decisões. Meu trabalho na Pesquisa NR1 é orientar cada etapa, da coleta ao plano de ação, sempre alinhado às obrigações legais e à real necessidade de transformar a cultura do ambiente de trabalho. Se quiser aprofundar este tema, conhecer soluções práticas ou buscar suporte na implementação dos diagnósticos, convido você a acessar as soluções da Pesquisa NR1 e dar o primeiro passo para ambientes mais saudáveis e seguros.
Perguntas frequentes sobre o mapeamento de riscos psicossociais na NR-1
O que são riscos psicossociais segundo a NR-1?
Riscos psicossociais conforme a NR-1 são fatores do ambiente, organização e relações de trabalho que podem provocar danos à saúde mental e física dos trabalhadores, seja pelo estresse, assédio, sobrecarga, isolamento social, discriminação ou instabilidade. Eles agora devem ser identificados, avaliados e controlados no Programa de Gerenciamento de Riscos.
Como mapear riscos psicossociais na NR-1?
O processo envolve a coleta de dados internos, aplicação de pesquisas específicas (de preferência anônimas), análise quantitativa e qualitativa dos resultados, priorização dos perigos encontrados e criação de um plano de ação preventivo. Em minha experiência e com base no que faço junto ao Pesquisa NR1, a etapa fundamental é transformar os resultados em indicadores claros para compor o PGR e permitir o monitoramento contínuo.
Quem é responsável pelo mapeamento dos riscos?
O empregador, com o apoio das equipes de SST e RH, é responsável por identificar, avaliar e controlar os riscos psicossociais conforme as normas, além de documentar e comunicar os resultados aos órgãos fiscalizadores. A participação dos colaboradores é desejável para garantir diagnósticos realistas e intervenções eficazes.
Quais documentos são necessários para mapear riscos NR-1?
Documentos fundamentais incluem: histórico de absenteísmo e afastamentos, registros de reclamações internas, atas de reuniões, resultado de pesquisas psicossociais, relatório descritivo dos perigos mapeados, plano de ações e indicadores, e a integração de tudo isso no Programa de Gerenciamento de Riscos. Recomendo manter todos esses registros prontos e digitalizados.
Mapear riscos pela NR-1 é obrigatório?
Sim. A identificação, avaliação e controle dos riscos psicossociais fazem parte das exigências da NR-1. Empresas que ignoram esse processo podem sofrer penalidades legais e expor os colaboradores a adoecimentos evitáveis.

 
						 
								 
								