No universo das organizações, sentimos crescer a consciência de que ambientes psicologicamente seguros são tão essenciais quanto processos bem estruturados e ferramentas tecnológicas avançadas. No entanto, muitas vezes, a abordagem dos riscos psicossociais aparece envolta em dúvidas, protocolos pouco claros ou iniciativas fragmentadas. Por isso, entendemos ser estratégico não só compreender o que são riscos psicossociais no contexto da NR-1, mas também saber, na prática, como transformar essas exigências legais em ações efetivas, mensuráveis e, acima de tudo, humanas.
O que são riscos psicossociais e como a NR-1 trata o tema?
Com a atualização da NR-1, a identificação e o gerenciamento dos riscos psicossociais tornaram-se obrigações formais para empresas de todos os portes e segmentos (Ministério do Trabalho e Emprego). O conceito abrange fatores do ambiente de trabalho capazes de afetar o bem-estar psicológico dos colaboradores, e que podem se manifestar por meio de:
- Estresse ocupacional
- Assédio moral ou sexual
- Violência no ambiente profissional
- Sobrecarga de trabalho
- Relações interpessoais conflituosas
- Falta de apoio da liderança
- Dificuldades no equilíbrio vida-trabalho
- Clima organizacional tóxico
A atualização da NR-1, válida a partir de maio de 2025, exige das empresas brasileiras que avaliem e atuem sobre esses fatores, integrando-os ao Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Saúde mental também é segurança no trabalho.
Por que avaliar os riscos psicossociais?
Observamos que riscos psicossociais não são, na maioria dos casos, visíveis nas rotinas diárias. Eles surgem de experiências acumuladas ao longo do tempo e podem influenciar diretamente tanto o quadro emocional dos colaboradores quanto resultados do negócio. Realizar uma pesquisa estruturada é o passo inicial para dar visibilidade a essas questões.
Além disso, há o fator legal: a não avaliação desses riscos pode gerar advertências, multas e sanções aos empregadores. Mapear esses riscos é uma exigência legal e, ao mesmo tempo, uma abordagem ética e responsável diante do compromisso com a saúde ocupacional. Empresas que ignoram tal avaliação abrem espaço para afastamentos, queda de produtividade e, em última instância, comprometimento da reputação institucional.
Em nossa ação como consultoria especializada em GRO e NR-1, acompanhamos empresas que, ao implantarem diagnósticos de riscos psicossociais, conseguiram abordar problemas antes invisíveis, prevenindo também demandas judiciais.
Passos práticos para aplicar uma pesquisa de riscos psicossociais
Agora, avançando da teoria para a prática, sabemos que a aplicação de uma pesquisa para riscos psicossociais na NR-1 deve ser um processo robusto, que inspire confiança junto aos colaboradores e proporcione insumos reais para a gestão de saúde e segurança.
1. Planejamento da pesquisa: qual objetivo queremos alcançar?
O primeiro passo é definir a finalidade da pesquisa. Nosso conselho é que a pesquisa não seja meramente para cumprir uma etapa legal. Ela precisa ser vista como estratégia de gestão: um diagnóstico para promover saúde mental e evitar incidentes ocupacionais.
- Qual é o contexto atual da empresa?
- O PGR já contempla algum diagnóstico psicológico?
- Quais áreas são mais sensíveis?
- Quais eventos ou resultados recentes indicam atenção?
A partir dessas reflexões, desenhamos o escopo da pesquisa, definindo os públicos-alvo (todos os funcionários? setores específicos?), periodicidade, formato (online ou presencial) e, claro, as perguntas que serão abordadas.

2. Escolha das ferramentas: qual o melhor instrumento?
A seleção do instrumento mais adequado depende do perfil dos colaboradores e dos objetivos da avaliação. Como especialistas, consideramos alguns pontos essenciais:
- Sigilo e privacidade: Assegurar que o anonimato e a confidencialidade sejam mantidos, promovendo respostas autênticas.
- Linguagem acessível: Perguntas claras, em linguagem simples, ajustadas ao nível de compreensão dos participantes.
- Ferramentas digitais: Plataformas online otimizam o processo, agilizam a tabulação e simplificam a análise dos dados.
Na Pesquisa NR1, desenvolvemos modelos validados para coleta de dados psicossociais, capazes de ser aplicados diretamente via smartphone ou computadores, aumentando a adesão dos respondentes e tornando todo o processo auditável.
Privacidade e linguagem simples abrem portas para respostas honestas.
3. Envolvimento dos colaboradores: como garantir participação?
Uma preocupação frequente ao discutir como aplicar uma pesquisa para NR1 está na participação efetiva dos colaboradores. Nossa experiência mostra que a comunicação é ponto-chave:
- Explique o propósito da pesquisa – não apenas o aspecto legal, mas os potenciais benefícios individuais e coletivos.
- Garanta que a liderança apoie a iniciativa, evidenciado pelo discurso e conduta.
- Utilize exemplos práticos, comunicados visuais e até rodas de conversa para envolver todos os setores.
- Mantenha transparência sobre o uso dos dados, reforçando que não haverá punição ou exposição indevida.
Quando os trabalhadores sentem que sua realidade será respeitada e que, de fato, haverá melhorias a partir da sua participação, a taxa de adesão costuma ser alta. Em situações críticas, vale reforçar:
Os dados dizem mais do que as aparências.
4. Coleta de dados e aplicação
Com tudo preparado, entramos na etapa prática. As melhores práticas indicam:
- Estimular a participação em horários que não prejudicam a rotina de trabalho.
- Oferecer apoio ou suporte técnico para dúvidas durante o preenchimento.
- Acompanhar a taxa de resposta e, se necessário, reengajar setores com baixa participação.

Um detalhe importante: as pesquisas digitais permitem uma atuação rápida, enquanto modelos impressos podem ser necessários em operações industriais ou setores onde há limitação de acesso à tecnologia.
5. Análise dos dados: como transformar respostas em mapas de risco?
Recebidas as respostas, parte-se para a análise estatística e qualitativa. Na Pesquisa NR1, utilizamos algoritmos e dashboards visuais para facilitar a interpretação dos resultados e identificar áreas com altos índices de exposição a riscos psicossociais.
O foco é reunir indicadores como:
- Percentual de colaboradores relatando situações de assédio ou violência
- Média do nível de estresse percebido por setor/departamento
- Matriz de áreas críticas por tipo de risco
- Comparativos históricos para análise de evolução
Transformar dados em ação é o que move resultados.
Esses relatórios suportam tanto a comunicação interna quanto a apresentação dos indicadores exigidos pelos órgãos fiscalizadores (eSocial, Auditoria Fiscal do Trabalho, Ministério do Trabalho).
Construindo o mapa de riscos psicossociais
O mapa de riscos é a representação visual das ameaças presentes no ambiente de trabalho. Ele traduz informações complexas em gráficos de fácil compreensão para todos os níveis da organização.
Nossa equipe recomenda que esse mapa contemple:
- Critérios de gravidade, probabilidade e exposição
- Indicação das áreas/setores com maior incidência de sinais críticos
- Legendas compreensíveis, para consulta rápida
- Atualização periódica conforme novos dados surgem

O resultado serve como ferramenta para reuniões, treinamentos e campanhas de saúde mental, e pode também ser integrado com sistemas digitais de gestão (como mostramos em nossas discussões sobre gestão de riscos).
Integração dos resultados ao PGR
Após criar o diagnóstico psicossocial, chega o momento de conectar esses dados ao Programa de Gerenciamento de Riscos. O que vemos, frequentemente, é um PGR separado da realidade dos riscos psicossociais. Isso precisa ser alinhado, para evitar brechas na gestão legal e para consolidar a cultura do cuidado com a saúde mental.
Na prática:
- Inclua os indicadores psicossociais nos anexos do PGR
- Descreva as ações preventivas e corretivas para as áreas prioritárias
- Estabeleça métricas de acompanhamento, definindo prazos e responsáveis
- Mantenha o histórico de dados, documentando a evolução dos riscos ao longo do tempo
Importância do monitoramento contínuo e das ações preventivas
Nenhum diagnóstico é definitivo, então, o monitoramento contínuo faz parte da cultura preventiva. Isso significa reavaliar periodicamente – seja por pesquisa repetida, seja por indicadores indiretos (absenteísmo, rotatividade, afastamentos por doença mental, entre outros). Sempre incentivamos que o ciclo PDCA seja observado:
- Planejar novas intervenções
- Desenvolver treinamentos e melhorias
- Checar resultados periodicamente
- Atuar corretivamente, ajustando ações sempre que necessário
Medir, agir, corrigir: este é o ciclo da gestão de riscos psicossociais.
Ferramentas digitais para potencializar o processo
A tecnologia é grande aliada neste processo. Plataformas especializadas como a Pesquisa NR1 oferecem:
- Aplicação de questionários digitais, com painéis automáticos de resposta
- Dashboards com indicadores prontos para auditoria fiscal
- Relatórios exportáveis para integração ao PGR e uso em treinamentos
- Comparativos de evolução dos riscos ao longo do tempo

E ao falarmos sobre engajamento dos funcionários, o uso de aplicativos e notificações automatizadas ajuda a manter todos atualizados, recordar prazos e estimular o preenchimento da pesquisa.
Estratégias para engajar a participação ativa
- Lançar campanhas internas de comunicação, com vídeos, e-mails e banners convidando à participação
- Oferecer treinamentos curtos sobre o que são riscos psicossociais e como reconhecê-los
- Promover feedbacks coletivos periódicos (sem exposição individual), para mostrar que as respostas contribuem para mudanças reais
- Reconhecer setores ou equipes mais engajadas, reforçando o círculo virtuoso de participação
Acompanhamos exemplos concretos em que, após ciclos regulares de pesquisas psicossociais, empresas melhoraram seu índice de saúde ocupacional e reduziram afastamentos.
A relação entre pesquisa psicossocial e conformidade legal
A legislação, como vemos, caminha para um olhar mais sistêmico e preventivo sobre a saúde do trabalhador. A pesquisa psicossocial, quando conduzida nos moldes corretos, satisfaz a fiscalização e promove vantagens reais: motivação, clima de confiança e redução de passivos trabalhistas.
No nosso conteúdo sobre práticas de compliance, detalhamos exemplos de como integrar o diagnóstico à cultura de gestão de riscos, sem burocratizar o processo ou sobrecarregar as equipes de SST.
E, por experiência própria, podemos afirmar: não aguardar a obrigatoriedade para agir é o que diferencia empresas preocupadas apenas em “cumprir tabela” daquelas que desejam construir ambientes mais saudáveis, inovadores e sustentáveis.
Dicas finais para aplicar uma pesquisa eficiente
- Customize o questionário de acordo com a realidade do seu negócio – evite formulários genéricos.
- Garanta comunicação frequente antes, durante e após a pesquisa.
- Trabalhe com profissionais especializados na análise psicossocial.
- Mantenha histórico dos resultados para comparação futura.
- Conecte as descobertas a planos de ação práticos e verificáveis.
Caso queira entender melhor sobre estudos de caso ou resultados já atingidos, sugerimos nossos artigos sobre implementação de GRO e experiências concretas no diagnóstico psicossocial.
Conclusão: Caminho para cultura mais saudável e segura
Transformar a aplicação de pesquisas psicossociais em parte da rotina organizacional exige dedicação, visão de futuro e respeito conjunto ao humano que existe por trás de cada colaborador. Mais do que uma obrigação legal, o diagnóstico correto dos riscos psicossociais é um convite a ambientes de trabalho que promovem respeito, acolhimento e saúde.
Queremos garantir que nossos clientes saiam da teoria e alcancem, de fato, ações práticas, visuais e mensuráveis, e é isso que movimenta o propósito da Pesquisa NR1. Se está no momento de levar o diagnóstico psicossocial a outro patamar em sua empresa, convidamos você a conhecer melhor nossa plataforma, metodologia e diferenciais. Juntos, tornamos o ambiente mais seguro e saudável para todos.
Perguntas frequentes sobre pesquisa de riscos psicossociais na NR-1
O que é a pesquisa de riscos psicossociais?
A pesquisa de riscos psicossociais é um instrumento estruturado para identificar e medir fatores do ambiente de trabalho que podem afetar a saúde mental e emocional dos trabalhadores. Ela levanta aspectos como estresse, assédio, sobrecarga, conflitos interpessoais, senso de pertencimento, equilíbrio vida-trabalho, entre outros, servindo de base para a criação de planos preventivos e corretivos no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Como aplicar a pesquisa conforme a NR-1?
O processo envolve planejamento (definição de objetivos e público), construção e escolha de questionários adequados, comunicação interna clara, aplicação do instrumento, análise das respostas, construção de mapa de riscos e integração dos resultados ao PGR. Devem ser observados princípios de sigilo, respeito à privacidade e devolutiva transparente para todos os envolvidos.
Quais são os principais riscos psicossociais?
Os riscos mais comuns incluem: estresse ocupacional, assédio moral ou sexual, conflitos interpessoais (liderança tóxica, bullying), sobrecarga de trabalho, jornada excessiva, ambiente hostil ou violento, ausência de suporte da liderança, comunicação deficiente e dificuldade no equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Quem pode realizar a pesquisa para NR-1?
A pesquisa pode ser conduzida por profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho, psicólogos organizacionais ou consultorias especializadas em riscos psicossociais. É fundamental usar instrumentos validados e contar com apoio dos gestores para garantir credibilidade no processo.
A pesquisa de riscos psicossociais é obrigatória?
Sim, a avaliação dos riscos psicossociais tornou-se obrigatória para todas as empresas brasileiras a partir de maio de 2025, segundo atualização da NR-1 (notícia do Ministério do Trabalho e Emprego). A falta desse diagnóstico pode levar a autuações e multas para o empregador.

 
						 
								 
								