Durante anos, observei de perto a relação entre trabalho, bem-estar e as normas que deveriam proteger a saúde do trabalhador. A experiência com empresas de todos os tamanhos e setores me mostrou uma realidade dura: muitos gestores sequer percebem os riscos psicossociais no ambiente organizacional. O que isso significa no dia a dia? Simples: a NR-1, que há pouco tempo colocou a gestão de riscos psicossociais no centro do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), ainda é ignorada em muitos lugares onde deveria ser prioridade.
Tomo a liberdade de listar aqui sinais que já vi, ouvi em relatos ou identifiquei durante diagnósticos feitos no Pesquisa NR1. Se algum deles soa familiar, talvez sua empresa esteja ignorando o que está logo diante dos olhos. E, infelizmente, as consequências são sérias: adoecimento, queda do engajamento, passivos judiciais e riscos de multas.
Sinal 1: O assunto é invisível nas conversas e processos
Posso contar nos dedos das mãos quantas vezes vi gestores abordarem, espontaneamente, riscos psicossociais em reuniões ou nas rotinas de recursos humanos. Quando o tema só aparece após um problema, e nunca de forma preventiva, há um forte indício de negligência. A ausência do tema na cultura reflete a falta de um diagnóstico sério, como o que oferecemos no Pesquisa NR1.
Falar sobre riscos psicossociais é o primeiro passo para enxergá-los.
Se ninguém fala, ninguém percebe. E, quando finalmente percebem, o problema já explodiu.
Sinal 2: Não há espaço seguro para relatar assédio, estresse ou sobrecarga
Lembro de uma funcionária que, após meses de sintomas de ansiedade, buscou a liderança e ouviu: “Aqui todo mundo passa por pressão, não é nada demais”. Esse tipo de resposta fecha qualquer porta para denúncias e faz o risco psicossocial virar uma sombra intocável. Empresas que ignoram sinalizam, mesmo sem perceber, que esse tipo de sofrimento não importa.
- Faltam canais anônimos de denúncia?
- As lideranças não sabem acolher relatos?
- Os colaboradores demonstram medo de represálias?
Se você respondeu sim para alguma dessas perguntas, já identificou um dos sinais.
Sinal 3: Não existem dados, relatórios ou indicadores sobre saúde mental
Costumo perguntar aos clientes: "Vocês têm dados sobre as causas de afastamentos, burnouts ou conflitos internos?" O silêncio, na maioria das vezes, é constrangedor. Sem dados, não se pode gerir riscos psicossociais de forma adequada. Ferramentas como dashboards visuais, análise de pesquisas e relatórios são indispensáveis, e é justamente esse o diferencial que trabalhamos no Pesquisa NR1.

Quando faltam números concretos, tudo fica escondido debaixo do tapete. E só resta torcer para o fiscal não bater na porta.
Sinal 4: Ausência de mapeamento formal dos riscos psicossociais no PGR
A NR-1 exige que o Programa de Gerenciamento de Riscos contemple riscos psicossociais de forma clara e objetiva. Se o seu PGR se resume a riscos físicos e químicos, sem nenhuma página dedicada a questões como estresse, assédio, conflitos ou pressão por resultados, aí está outro sinal gritante de que algo não vai bem.
Um PGR correto tem:
- Diagnóstico de fatores psicossociais (como estresse, carga horária, pressão, relacionamentos interpessoais)
- Medidas preventivas e paliativas
- Evidências (relatórios, atas, gráficos)
Quando vejo um PGR que não sai da teoria, logo noto que falta prática. E, sem prática, o risco cresce.
Sinal 5: Estigma ou descrédito sobre sofrimento mental no ambiente de trabalho
Já senti, no ar de algumas empresas, um leve desdém quando alguém relata ansiedade ou síndrome de burnout. “Coisa de gente fraca”, alguns dizem. O estigma é tão forte que os colaboradores preferem se calar ou adoecer do que procurar ajuda interna.
Se o clima organizacional naturaliza o sofrimento, ou considera doenças mentais um tabu, o risco psicossocial avança silencioso.
O papel da empresa é fomentar a discussão saudável e criar campanhas, rodas de conversa e ações que tragam a saúde mental para o centro, como defendemos nos conteúdos sobre saúde ocupacional.

Sinal 6: Falta de treinamento e comunicação para gestores e equipes
Na minha trajetória, já ministrei treinamentos para times inteiros que nunca tinham ouvido falar sobre riscos psicossociais. E mais: líderes que desconhecem suas responsabilidades podem se transformar, sem querer, nos maiores agentes de risco. Empresas que investem apenas em treinamentos técnicos e ignoram a capacitação sobre fatores humanos alimentam o problema.
Cito um exemplo simples: lideranças que não sabem identificar os sinais de sofrimento em suas equipes podem “cobrar demais” e gerar ainda mais adoecimento.
- Treinamentos sobre riscos psicossociais são obrigatórios
- A comunicação deve ser clara, empática e constante
- É preciso atualizar todos sobre mudanças na legislação e procedimentos
No blog sobre gestão de riscos, trago orientações práticas para começar a mudar este cenário.
Sinal 7: Crescimento dos afastamentos, rotatividade e conflitos sem respostas
Talvez o sinal mais visível, mas ainda assim ignorado, seja o aumento do absenteísmo, pedidos de demissão e afastamentos por razões emocionais. Quando os conflitos crescem, mas ninguém busca entender as causas, fica evidente a negação do problema. Lembro de um caso em que metade do setor pediu desligamento no mesmo semestre e a empresa preferiu terceirizar as atividades ao invés de investigar o porquê.
Indicadores de saúde mental ruim estão quase sempre ligados à falta de gestão dos riscos psicossociais da NR-1.
Olhar para os dados de saída, licenças, reclamações e conflitos é obrigação. E agir rápido pode salvar não só a saúde do trabalhador, mas da própria empresa.
Por que reconhecer esses sinais pode salvar sua empresa?
Minha experiência mostra que agir cedo vale mais do que gastar fortunas tentando remediar depois. Empresas que buscam diagnósticos precisos e visuais, como os entregues no Pesquisa NR1, conseguem antecipar soluções e se proteger, tanto judicial quanto financeiramente. Recomendo ainda, para quem deseja conhecer mais exemplos e boas práticas, os artigos sobre boas práticas de mapeamento e sobre fatores de proteção à saúde mental em ambientes organizacionais.
Enxergar cedo é o que separa quem previne de quem apaga incêndios.
Comece ouvindo sua equipe. Use evidências, não preconceitos. E, se quiser acelerar o processo, conheça os diagnósticos psicossociais que já estamos entregando no Pesquisa NR1. Pode ser o primeiro passo para transformar ameaças invisíveis em resultados práticos e segurança, para todos.
Conclusão
Ignorar riscos psicossociais da NR-1 é um convite aberto ao adoecimento silencioso, à insegurança jurídica e à perda de talentos. Não é necessário fazer mudanças gigantescas da noite para o dia, mas sim dar os primeiros passos, reconhecendo os sinais e procurando as ferramentas certas para agir. Se algum desses sete sinais apareceu no seu ambiente de trabalho, talvez seja hora de reavaliar se sua empresa está realmente adequada à NR-1. E eu posso ajudar. Conheça melhor os serviços do Pesquisa NR1 e garanta a segurança psicológica que sua equipe precisa para prosperar.
Perguntas frequentes
O que são riscos psicossociais na NR-1?
Riscos psicossociais na NR-1 são aqueles relacionados a fatores organizacionais, sociais e emocionais que podem afetar a saúde mental e física dos trabalhadores. Incluem situações de estresse, pressão, assédio, conflitos interpessoais, sobrecarga de trabalho e condições que impactam o bem-estar e a qualidade de vida no ambiente laboral.
Como identificar sinais de risco psicossocial?
Na prática, eu costumo observar indícios como aumento do absenteísmo, queda de desempenho, rotatividade alta, relatos de insatisfação, boatos, queixas não formalizadas e episódios seguidos de conflito. Diagnósticos específicos, pesquisas internas e escuta ativa também ajudam a revelar onde estão os principais riscos psicossociais.
Quais empresas precisam seguir a NR-1?
Pela legislação brasileira, todas as organizações, independentemente do porte, setor ou tipo de atividade, devem cumprir as obrigações previstas na NR-1, incluindo a gestão dos riscos psicossociais. Isso vale desde pequenas até grandes empresas, públicas ou privadas.
Como reduzir riscos psicossociais no trabalho?
Em minha experiência, é possível reduzir riscos psicossociais combinando mapeamento de riscos, escuta ativa, treinamentos específicos, apoio à saúde mental e ações transparentes de comunicação. Promover um clima de confiança, estimular o diálogo e agir preventivamente são pilares fundamentais.
Quais penalidades para quem ignora a NR-1?
Ignorar as exigências da NR-1 pode resultar em multas administrativas, interdições e até ações trabalhistas por doenças ou acidentes relacionados ao trabalho. Além disso, há riscos de auditorias fiscais e reputacionais que podem trazer impactos financeiros e graves prejuízos à imagem da empresa.

 
						 
								 
								